Em um movimento que tem gerado grande preocupação na cidade, o Itaú, que esteve presente em Itapetinga por mais de 10 anos, anunciou o encerramento de suas atividades na cidade. Essa mudança, que já impactou diretamente a população, vem se somar ao fechamento da agência do Banco Santander, que, após abrir suas portas em 11 de maio de 2021, também deixou de operar.
A agência do Santander, localizada na Praça Augusto de Carvalho, nº 02 Alameda, Centro da cidade, gerou uma expectativa positiva na comunidade local. Afinal, a chegada de um novo banco sempre é vista como um indicativo de que a cidade tem potencial econômico. Porém, com o fechamento inesperado da unidade, muitas questões surgiram.
O principal argumento apresentado pelo Banco Santander para o fechamento é a adaptação ao novo comportamento do cliente, que preferiria os canais digitais para realizar suas transações bancárias. A modernização dos serviços financeiros e a crescente digitalização são, de fato, tendências globais, mas a justificativa tem sido mal recebida por uma parte específica da população local. Para muitos clientes e até mesmo para funcionários da agência, a transição foi abrupta e um pouco esclarecedora, deixando lacunas que não podem ser ignoradas.

O Impacto na População e na Economia Local
O fechamento das agências bancárias em Itapetinga tem um impacto significativo, principalmente para os moradores que ainda não estão totalmente adaptados ao mundo digital. Muitas pessoas, especialmente na zona rural ou entre as faixas etárias mais altas, ainda dependem do atendimento presencial para resolver questões bancárias do dia a dia.
O fechamento do Itaú e do Santander é visto por muitos como uma ameaça à economia local. A cidade, que já enfrentou dificuldades com a escassez de serviços bancários presenciais, agora se vê mais vulnerável a essa diminuição de opções. Comércio, microempresas e pequenos empreendedores são alguns dos grupos mais afetados, pois dependem de serviços bancários para suas transações diárias, como pagamentos de funcionários, coletas e transferências.
A Resposta Oficial: Digitalização ou Descompromisso?
Segundo o Banco Santander, a decisão de fechar a agência de Itapetinga foi motivada pela adaptação ao comportamento dos clientes, que estariam cada vez mais migrando para o uso de canais digitais. A proposta de estimular o uso de aplicativos bancários e a automação de processos é uma realidade que já se espalha em muitas grandes cidades. No entanto, para Itapetinga, onde muitos clientes ainda preferem o atendimento presencial, essa mudança abrupta e a falta de comunicação clara deixaram muitos insatisfeitos.
Além disso, os funcionários da agência também relatam dificuldades com a transição, não apenas no relacionamento com os clientes, mas também com a readequação de suas funções, que estão cada vez mais externas para o apoio às plataformas digitais, em detrimento da prestação de um serviço mais humano.
O Que Esperar Para o Futuro?
O fechamento das agências bancárias é uma tendência crescente em diversas partes do Brasil, mas o caso de Itapetinga levanta uma série de questionamentos sobre a real motivação para essas decisões. Será que a digitalização realmente justifica o fechamento de unidades em cidades do interior, ou será que a busca por maior lucro esteja sobrepondo as necessidades da população?
A cidade de Itapetinga, que conta com uma economia forte e uma população engajada, merece respostas mais claras sobre o futuro dos serviços bancários. Enquanto isso, resta à população se adaptar às novas realidades financeiras, buscando alternativas e instruções as instituições para que compreendam as necessidades de uma comunidade que ainda não pode abrir mão do atendimento presencial.
Clewton Dias / G4TVBahia
Fotos: Fedes Sociais / Google