Em toda eleição, grupos políticos se organizam, alinham estratégias e montam suas frentes de batalha. Mas, enquanto se olha para fora à procura de adversários, muitas vezes o maior perigo está dentro do próprio grupo. São os infiltrados — figuras que, sorrindo na foto, estão de corpo presente, mas de alma vendida.
Esses personagens se vestem com a camisa da campanha, batem palmas nos eventos, elogiam os líderes em público, mas agem nas sombras com objetivos bem diferentes. Alguns estão ali por conveniência, esperando o melhor momento para “pular o barco”. Outros atuam como espiões, repassando informações, plantando dúvidas e desmobilizando a base — como cupins roendo a madeira por dentro, até tudo desabar.
A política brasileira — e a baiana, em especial — já viu esse filme muitas vezes. São assessores que jogam dos dois lados, aliados que fazem acordos secretos com o adversário e até candidatos que se lançam só para confundir o eleitor e favorecer outro projeto.
O maior desafio de um bom líder político não é apenas vencer o adversário declarado, mas identificar o “falso amigo”. Aquele que, enquanto diz “estamos juntos”, já negocia sua próxima aliança com o grupo rival.
Essa infiltração é estratégica e, muitas vezes, patrocinada. O inimigo não quer apenas te enfrentar: ele quer saber como você pensa, onde estão suas fraquezas e o que pode ser usado contra você. E isso, só quem está dentro do grupo consegue fazer.
Por isso, mais do que montar uma base grande, é preciso montar uma base leal. Gente que defende o projeto com convicção, e não por conveniência. Porque na política, como na guerra, a traição sempre vem de dentro — e os infiltrados são os primeiros a acender o pavio da bomba.
G4TVBahia
Imagem: Iluistrativa google