JEQUIÉ | POLÍTICA – A política baiana segue em movimento, e as peças do tabuleiro começam a se reorganizar. Neste sábado (12), em um evento realizado na cidade de Jequié, o senador Jaques Wagner (PT) fez um gesto público e simbólico: estendeu a mão ao prefeito Zé Cocá (PP), convidando-o para retornar à base do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
“Nós caminhamos juntos, inclusive eleitoralmente, com Zé Cocá há muito tempo. Deu um ruído na última eleição. Para mim, as portas estão sempre abertas se quiser retornar. A política a gente faz juntando, e não espalhando”, declarou Wagner, deixando clara a intenção do grupo governista de recompor pontes e fortalecer a base aliada no interior.
O convite, apesar de amistoso, tem um recado direto: o governador quer o prefeito de volta ao ninho.
Zé Cocá rompeu com o grupo liderado pelo PT durante a eleição de 2022, quando decidiu apoiar ACM Neto (União Brasil) na disputa pelo Palácio de Ondina. Desde então, tem seguido os caminhos do PP em sintonia com setores da oposição. Mas agora, com as articulações para 2026 ganhando corpo e Jerônimo mirando a unidade da base, o prefeito de Jequié volta a ser peça-chave no xadrez político baiano.
Política sem ataques pessoais
Durante o discurso, Wagner ainda fez questão de resgatar o respeito que pautava seus embates políticos no passado. Relembrou a relação com o ex-deputado federal Luis Eduardo Magalhães, filho do ex-senador ACM, e defendeu uma política sem ataques pessoais.
“A gente briga hoje, briga amanhã. O que não podemos fazer é política da cintura para baixo. É ofender a família. Todo mundo sabe que fui amigo do ex-deputado Luis Eduardo. Eu fazia oposição ao ex-senador Antonio Carlos Magalhães, mas nunca falei um ‘aí’ da família dele. E podia conversar com ele, com Luis Eduardo. Na hora da eleição, cada um ia para o seu lado”, afirmou o petista.
Recado dado, sinal de alerta ligado
O gesto de Wagner, mais do que um convite, é também um movimento calculado: recuperar a força da base no Médio Rio de Contas e isolar a oposição nos grandes centros regionais. Zé Cocá, por sua vez, agora precisa decidir se manterá o afastamento ou se vai recalcular a rota.
A porta está aberta. Resta saber se o prefeito está disposto a entrar.
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