“Respeite a Bahia, Ministro”: Reação à Fala Preconceituosa de João Otávio de Noronha no STJ

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Na última semana, uma declaração do ministro João Otávio de Noronha, durante sessão oficial da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), causou grande indignação entre os baianos. A fala, considerada preconceituosa e xenofóbica, não condiz com a responsabilidade institucional de quem ocupa um dos cargos mais altos do Judiciário brasileiro.

Em tom de piada, Noronha afirmou que “baiano que joga basquete arremessa a bola na sexta e ela só cai no sábado”. A declaração foi feita diante de outros ministros, após um deles comentar sobre dores no joelho por conta da prática do esporte. A fala gerou risos no plenário, mas provocou revolta nas redes sociais, entre lideranças políticas e no povo baiano.

A resposta veio de forma firme: Respeite a Bahia, senhor ministro. Respeite os baianos e as baianas dessa terra.

Postura Inaceitável para um Ministro do STJ

A conduta do ministro não foi apenas inadequada para o ambiente solene em que ocorreu — uma sessão oficial do STJ — mas fere também os princípios do cargo que ocupa. O STJ é uma das instituições encarregadas de garantir a aplicação da Constituição Federal, que estabelece, de forma clara, que ninguém será discriminado por motivo de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de preconceito.

Além disso, o Código de Conduta do STJ, documento criado justamente para prevenir comportamentos abusivos e discriminatórios, também foi desrespeitado. A fala do ministro pode inclusive ferir a legislação penal, que hoje criminaliza atos de preconceito regional, como a xenofobia.

Não É “Só Uma Piada”

Minimizar o ocorrido como uma “brincadeira” é um erro. O comentário do ministro não apenas reforça estereótipos negativos, mas colabora com a perpetuação de discriminações históricas e injustas contra os nordestinos, especialmente os baianos. Estigmas como esse afetam o acesso de pessoas a oportunidades profissionais e acadêmicas, promovendo desvantagens sociais estruturais.

Não se trata de exagero. Se trata de reconhecer que palavras ditas por autoridades têm peso, formam opinião e impactam vidas.

A Bahia Não Aceita Mais Silêncio

Diante desse episódio, a sociedade baiana se une em um só coro: respeito. Respeito pela nossa cultura, pela nossa história, pelo nosso povo trabalhador, criativo, acolhedor e digno. Não se pode tolerar discursos que reforçam a exclusão, o preconceito e a ignorância.

Como disse o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues:

“Não vamos normalizar esse tipo de discurso. Respeite a Bahia.”

Conteúdo baseado na fala da jornalista Jéssica Senra.

Imagem: Google

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