Sem base, sem força, sem futuro? Geddel expõe desgaste de ACM Neto — e Itapetinga volta ao centro das atenções

PUBLICIDADE

Salvador, 9 de abril de 2025 — A temperatura da política baiana esquentou nesta quarta-feira com declarações explosivas do ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) durante entrevista à Rádio Baiana FM. Mirando diretamente no principal nome da oposição no estado, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), Geddel foi direto: “Ele não será candidato a governador.”

Segundo Geddel, Neto perdeu fôlego político após a derrota em 2022 e entra no ciclo eleitoral de 2026 isolado, sem base, sem alianças sólidas e com pouca projeção nacional. “No máximo, voltará à vida pública como candidato a deputado federal. Ele não se submeterá a uma nova derrota, que pode significar uma marca profunda nos sonhos dele para o futuro”, cravou.

A fala de Geddel não apenas atinge em cheio as pretensões de Neto, mas escancara o que já se sussurra nos bastidores da política baiana: ACM Neto está politicamente encurralado. Sem o protagonismo de outrora, sem um projeto nacional que lhe sustente e com a base da oposição rachada, o ex-prefeito de Salvador vê seu capital político escorrer pelos dedos.

Geddel não parou por aí. Disse que, enquanto Neto enfraquece, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) se fortalece. “Jerônimo está indo muito bem. Tem articulação política poderosa e qualidades pessoais. Enquanto um cresce, o outro murcha”, provocou, evidenciando a disparidade entre situação e oposição.

Um exemplo concreto disso, segundo Geddel, vem do interior da Bahia — mais precisamente de Itapetinga, onde os sinais de reconfiguração política já estão no ar. O ex-ministro citou o encontro recente entre o governador Jerônimo Rodrigues e Eduardo Hagge, pré-candidato à prefeitura do município e historicamente ligado ao grupo carlista. A reunião, que ocorreu na semana passada, foi vista como um gesto político de abertura ao diálogo e de possível rearranjo de alianças.

“Quando até nomes tradicionalmente ligados à oposição buscam Jerônimo, é porque algo mudou”, disse Geddel em tom de alerta. Para ele, isso é reflexo direto da força do governo atual, que tem entregado resultados concretos na região, como o Hospital Regional de Itapetinga e a Policlínica, dois equipamentos que têm elevado a qualidade da saúde pública no sudoeste baiano e aproximado ainda mais o governo estadual da população local.

A crítica também se estendeu ao partido de Neto, o União Brasil. Para Geddel, a legenda se tornou um “camaleão político”, que diz ser oposição ao presidente Lula, mas mantém três ministros no governo petista. “É difícil de explicar. Isso confunde o eleitor e compromete a credibilidade do partido”, disse, em referência direta ao caso de Juscelino Filho, ministro das Comunicações, envolvido em denúncias e que pediu exoneração.

Sobre uma eventual aliança entre ACM Neto e João Roma (PL), Geddel foi taxativo: não descarta, mas duvida que Neto tenha fôlego para liderar qualquer projeto. “Talvez apoie Roma, dependendo do jogo nacional. Mas duvido que Bruno Reis (prefeito de Salvador) entre nessa barca. Seria um suicídio político.”

Mesmo fazendo críticas duras, Geddel tentou manter um verniz institucional. “Não é pessoal. Nunca mais o vi. Se encontrar, cumprimento no aniversário. É uma avaliação política que tenho o direito de fazer.”

As declarações de Geddel acendem um alerta vermelho no campo oposicionista. E reforçam a impressão de que, na Bahia, o carlismo histórico está cada vez mais preso ao retrovisor — enquanto o governo avança, inclusive em redutos antes considerados intocáveis.

G4TVBahia

Imagem: Google

Entrevista na íntegra

Mais recentes

PUBLICIDADE

Rolar para cima